«(a)Deus de Sofia» por CARB

23 de outubro pelas 21H30

20 de outubro, 2021
O meu avô consegue voar (Mandrágora)
Era uma vez um homem que um dia acordou e deu por si completamente só no mundo.

Fechado em sua casa, privado da sua dimensão social por tempo indeterminado, debate-se, explora e alimenta-se dos únicos recursos que lhe restam: O seu interior e o legado deixado por outros homens, quer através da literatura, da pintura, da música, da arte em geral. O que terá acontecido? O que o espera? O que é realmente importante agora?
A dada altura, para quebrar o seu estado solitário e isolado, surgem outros dois seres:
Duas FORMIGAS. Um macho e uma fêmea. O personagem passa assim para um segundo patamar na narrativa: De Adão largado sozinho num estranho Éden, ele passa a Deus cuidador da única espécie que poderá reproduzir-se e dar continuidade à vida na Terra.

Alexandria é um projeto artístico que engloba um espetáculo de teatro e um filme/web serie. Ambas as obras têm como ponto de partida o mesmo texto, mas as experiências obtidas pelo espectador são diferentes. Assistir ao espetáculo teatral rodeado de gente tem um impacto diferente daquele que se tem quando se assiste ao filme no isolamento de casa.
E é exatamente nesta dicotomia “Rodeado de Gente e Isolamento de Casa” e em todas as problemáticas associadas que Alexandria mergulha:
Tanto o espetáculo como o filme são obras sobre a Solidão, sobre o Isolamento, sobre o que é estar só, porém entre outros, sobre o vício de fantasmagorizar e monologar mesmo em sociedade.

FICHA TÉCNICA:
Direção geral e interpretação: Simão Barros
Encenação e dramaturgia: Miguel Fonseca
Cenografia: Luís Canário Rocha